segunda-feira, julho 28, 2008

Mas eu agora vou para Açores!

Se eu fosse uma cronista credível, empenhada, escreveria aqui um texto sobre a actualidade nacional, tão rica em acontecimentos dignos de registo. Que tal escrever sobre a crise e as pessoas viverem para além das suas possibilidades? Bem, é melhor não: sobre isso já tudo foi dito, só falta mesmo resolver a crise. Mas o grande problema, aquele que me preenche a cabeça e faz com que eu não consiga pensar em mais nada, é que estou-me a preparar para ir para os Açores, e, portanto, na minha cabeça só existe mar azul, montanhas de verdes, dias de sol e de bruma, estradas ladeadas de agapantos e hortênsias, bolos lêvedos, massa sovada e o mar calmo e quente no calhau, do fundo da minha rua. Tudo ali à minha espera!
Então e se eu escrevesse sobre o caso Maddie? Não, não consigo. Já não aguento mais e pior do que isso, como tudo leva a crer que a pobre criança esteja morta, não quero sequer pensar nisso. Além disso, está entregue à polícia, aos juízes, aos detectives, ao Gonçalo Amaral e aos jornalistas! Mas o magno problema, não sei se já vos disse, é que estou-me a preparar para ir para os Açores e dou comigo a pensar em chicharrinhos fritos, cracas em casa do MJ, lapas de molho Afonso, ananases a perfumar a minha casa e no mar calmo e quente do calhau, no fundo da minha rua. Tudo ali à minha espera!
Está bem, pronto! Que chatice! Isto da consciência pesada é uma seca! Que tal escrever sobre a Quinta da Fonte e no facto dos ciganos terem medo de voltar ao bairro? É um tema deveras candente - os ciganos a terem medo de alguém?!!! Recordo-me, a propósito, que, há uns anos, um dos meus irmãos teve um negócio duma loja de roupas. Faliu (na nossa família temos mais sucesso com o ócio de que com o negócio) e vendeu o rescaldo a um cigano, por cinquenta contos. O cigano levou o material todo, mas nunca pagou. Quando o meu irmão, ingenuamente, quis ser ressarcido, foi ameaçado e corrido a caçadeira. Agora deixam-me perplexa, os ciganos têm medo? Logo, também não vou escrever nada, sobre esta temática! Mas a verdade verdadinha é que estou-me a preparar para ir para os Açores, acho que já tinha dito, e, portanto, só penso no Pico da Barrosa, no Ilhéu da Vila-Franca, no Pinhal da Paz, nas Lagoa do Fogo, das Sete Cidades, nos meus amigos de lá e no mar calmo e quente do calhau, no fundo da minha rua. Tudo ali à minha espera!
E se eu perorasse sobre Manuela Ferreira Leite e naquela afirmação de que o casamento é para a procriação? Ora, o Pacheco Pereira que explique! Eu, estou-me a preparar para ir para os Açores.
Publicado tamém no sítio do costume

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sábado, julho 26, 2008

Museu da Electricidade

No Museu de Electricidade, em Lisboa encontra-se uma exposição que revela Vieira da Silva pela mão de Arpad Szenes: “Vieira da Silva, Arpad Szenes e o Castelo Surrealista” é o título da exposição que assinala o centenário do nascimento da artista plástica Vieira da Silva e que estará patente até dia 28 de Setembro.
Achei uma ternura, esta exposição. É impressionante verificar o amor deles, patente em mais de 40 obras, da autoria de Arpad Szenes, que ilustram Vieira da Silva, a quem chamava "bicho". As obras são acompanhadas por frases de Mário Cesariny, poeta e artista plástico surrealista.

Ainda neste museu, está também outra exposição digna de visita:

Ópera: Exposição sobre Maria Callas no Museu da Electricidade de 12 de Julho a 21 de Setembro

As visitas são gratuítas.

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sexta-feira, julho 25, 2008

ALEXANDRA, filme de ALEXANDER SOKUROV

Actualmente, há poucos filmes bons, mas este, é um dos melhores filmes que eu vi, nos últimos tempos, sobre a guerra. Embora a palavra Chechénia nunca seja pronunciada, sabemos que o filme se lhe refere. Tinha visto na apresentação que era um filme de guerra, e, logo à partida, decidi não o ver: de guerra e de conversas de guerra, estou cansada. Dos meus quatro irmãos, três estiveram na tropa, no tempo da guerra colonial, todos os meus primos e amigos, daquele tempo, também. Portanto, quando se juntam, só há um tema - guerra. Já não aguento o assunto. Contudo, a falta de filme melhor, aceitei a sugestão do Luís, que também esteve na guerra... Devo confessar, que, sem ver nem ouvir disparar um tiro, nunca vi um filme tão visceral e absolutamente anti-guerra. É um filme magnífico. Vá ver e habilite-se a levar aquele soco no estômago que que vem do olhar da saudade e da falta que faz tudo o que é afecto e "normalidade". Vá ver e sinta-se feliz por viver em paz.

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terça-feira, julho 22, 2008

O luar de Quiaios

veja-o aqui a despontar na serra

segunda-feira, julho 21, 2008

Palácio da Pena (Sintra)







Com este calor, porque não aproveita e vai visitar um lugar paradisíaco, onde você se irá sentir bem? O Palácio, magnífico, só por si vale a visita, depois está inserido numa zona de floresta, onde há uma frescura e um verde inultrapassável.
Para lhe abrir o apetite deixo-lhe uma amostra dos lindíssimos e originais azulejos.






















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domingo, julho 20, 2008

Classe média está a pedir comida por 'e-mail' às misericórdias

Pois, se calhar não era assim tão classe média... O meu Pai dizia: nunca dês o passo maior que a perna.

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sábado, julho 19, 2008

Nelson Mandela

Tem recebido Homenagens de todos os lados, a propósito dos seus noventa anos. Ele merece-as. Como já referi várias vezes aqui, ele é um dos meus heróis.

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sexta-feira, julho 18, 2008

Carla Bruni canta loas ao seu Sarko



Quanto é que nós não dávamos para ver a nossa 1ª Dama, Dra Maria Cavaco Silva, cantar assim, coisas tão "fracturantes", ao seu e nosso, Presidente Cavaco? Seria, também, um êxito! Acho que era mesmo coisa para mudar o "PIB".

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quarta-feira, julho 16, 2008

A Natureza, às vezes, é justa...

Ora espreitem aqui

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Baptista Bastos - sou, quase sempre, tentada a concordar com ele

Olhem como ele escreve aqui...

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segunda-feira, julho 14, 2008


roubada daqui

Os loucos da minha agenda

Talvez por causa da diferença manifestada, a loucura é sempre vista com estranheza e desconfiança por parte da comunidade e da família daqueles que rodeiam o dito "louco". É como se existisse uma cisão, uma espécie de separação, entre o "louco" ou "marginal do sistema" e os ditos "normais", demarcando-se uns dos outros, não só pelos actos, mas também pelas palavras, pelo discurso. Como diz Foucault:"A história da loucura é a história da inserção dos discursos desordenados e desrazoáveis na sociedade (…) era através de suas palavras que se reconhecia a loucura do louco", e, portanto, "elas eram o lugar onde se exercia a separação".
Não pretendo fazer graça com isto, mas a verdade é que, desde muito cedo, me habituei ao convívio com "loucos", mas sempre os vi como seres que fazem parte da vida normal das pessoas. Ainda hoje o que mais me impressiona e aflige, é pensar, que, em muitos casos, há apenas uma ténue linha de separação entre a loucura e a sanidade mental. Na minha aldeia, quando eu era pequena, havia um "louco", muito popular, que era conhecido como o "Chico Facas". - tinha uma idade indefinida, talvez por volta dos trinta, nem sei bem. Vivia sozinho, e normalmente calmo, sobrevivia da caridade alheia e dos "recados" que fazia a troco dumas moedas ou mesmo de comida, mas, de vez em quando, lá endoidava de vez e ficava mesmo "louco varrido" - bastava que alguém lhe chamasse "facas", ou "facadas" e era vê-lo correr atrás dos garotos ou até dos adultos, que assim o provocavam, enquanto proferia os mais variados palavrões e impropérios.
Aqui, em Coimbra, na rua onde eu moro, há um outro "louco", relativamente parecido: é muito alto, tem, agora, cerca de sessenta anos e veste-se, sempre, de fato escuro e boné preto. O "António Doido", como é conhecido por aqui, tem uma estranha mania ou obsessão (será paranóia?), não sei bem como lhe chamar - só sei que se levanta de madrugada, e vai atravessando a rua, dum lado ao outro, correndo aos zig- zags e tocando com a mão, em todas as casas e portas, porque tem de ser o primeiro a chegar a todos aqueles locais identificados por ele e a "marcar" aquele espaço. Se alguém se lhe adianta e chega antes dele, e, por exemplo, abre uma porta, reage mal e lá diz, também, os clássicos palavrões. Ao princípio, quando mudei para esta rua, tinha medo dele, daquela estranha figura, toda vestida de negro, correndo esgrouviada e obsessivamente, dum lado para o outro, enquanto murmura palavras estranhas, mas o Sr. do supermercado, disse-me que não, que não faz mal a ninguém, Ficou assim depois de vir da guerra de África.
Mas, de todos os loucos da minha agenda, e tenho bastantes, há um, aliás uma, que ficou gravada, a fogo, na minha mente e no meu coração. Era uma miúda com menos de dezoito anos, que eu vi, há cerca de dez anos atrás, numa freguesia (de que não vou dizer o nome), de joelhos pela rua, a chorar alto e a pedir perdão a quem quer que passasse. Contaram-me que tinha engravidado e o namorado, quando soube da gravidez, abandonou-a. Os Pais obrigaram-na a abortar. Não quero parecer cínica, mas compreendo-a. Acho que a loucura foi uma boa solução para ela.
Nota_ reciclado e publicado também aqui.

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quinta-feira, julho 10, 2008

Vaticano recebe com tristeza ordenação de mulheres bispo pela Igreja de Inglaterra

sábado, julho 05, 2008

a crise e o pão

quinta-feira, julho 03, 2008

Fernando Pessoa - inéditos

Ingrid Betancourt foi libertada

quarta-feira, julho 02, 2008

Manuela Ferreira Leite - o casamento é para "procriar"

Acho estas declarações absolutamente infelizes. Não é só pelo facto, particular, de me ter sido vedada essa possibilidade, mas pelo traduzem de "antigo" e de descriminatório. O que é que a Dra. Maria Ferreira Leite pretende dizer com isto? Se formos à raiz do problema, será que os casais que não têm filhos deveriam ser denunciados e ser-lhes retirado os privilégios que o Estado lhes faculta por serem casados ? O que fará ela contra os casais sem filhos ? Além de tudo o mais, esta atitude discriminatória é anti-constitucional.
PS - Por este andar voltamos ao tempo do Morgado e do truca truca da Natália Correia!

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