segunda-feira, janeiro 15, 2007

Overdose ou ervadose?

Aqui no Bairro onde eu vivo, há um café, que eu e alguns amigos, frequentamos: não é um café muito bonito, nem o mais limpo do mundo, nem tem os empregados mais delicados e competentes, nem somos, a maior parte das vezes, muito bem atendidos, enfim, só visto. Contudo, vamos lá. Pronto, tem uns bons finos, umas boas tostas mistas, umas boas sanduíches de carne assada, e, sobretudo, encontramo-nos lá e deitamos conversa fora, ao entardecer, depois de vir do trabalho. Uma das empregadas, (a que vou chamar T) para gáudio de alguns, inventa palavras e conceitos, que, duvido bem, possam algum dia ser classificadas pelo já tão famoso TLEBES. Só para exemplificar: um dia perguntou a uma cega, se ela tinha já nascido áudio visual, mas vou contar a situação mais emblemática - costumava lá aparecer um rapaz, o G., ex-tóxico dependente, todo amarfanhado fisicamente (é mesmo o termo, não encontro outro mais adequado), a pedir cigarros aos fumantes, que de maneira geral o tratam generosamente. Um dia a T, olhou para ele, toda compadecida da situação do rapaz e do seu terrível aspecto e disse-nos: Coitado, ficou assim por causa de uma ervadose!
A expressão ficou, e eu, sobretudo quando começam as campanhas eleitorais, uso-a com frequência. Portanto cá vai: Isto vai ser uma ervadose!
Mas, a única coisa que me preocupa mesmo, é que muitos destes 350.000 abortos, feitos em Portugal, realizam-se sem condições nenhumas.

6 Comments:

Blogger Maria Silva said...

Tenho saudades dessas tardes. Espero estar aí em breve.

bjs

10:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Muito bem apanhado...

Quanto à "ervadose" aqui aplicada... a pequena história da amiga do taxi diz muito!

11:53 da tarde  
Blogger Caiê said...

Estas senhoras têm muita graça! Tenho uma vizinha exactamente assim (diz "arcas" em vez de "ancas", o que até faz sentido... eh eh eh).
Se calhar, o rapaz teve mesmo uma "ervadose", se não tinha dinheiro para drogas duras... :) ;)

Agora a sério, o estudo demonstra bem a realidade que se vive e que muitos pretendem esconder: uma em cada cinco portuguesas já fez um aborto. Importante também é referir-se que, regra geral, "o primeiro aborto é o último" para que aqueles que andam a dizer que isto serve como método contraceptivo (a contradição linguística é fenomenal, mas adiante...) entenderem.

Acho curioso o Blogue do Não referenciar-se como "portugueses livres". O direito à escolha é sujeição desde quando???

1:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Falando por mim...
E como sou assim...
Sem pensar como...
Fiquei agarrado...
Que coisa maráda...
Não passo sem a dose...
E até na saláda...
Vai a Ervadoce...
hihihihihihii
poetaeusou(naonda)

3:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ao menos devia citar a pessoa que já cá não está connosco que registava as calhoadas da T (graciosa) e depois as reproduzia à mesa do café, com piada e para gáudio de vocês todas.
E as verdadeiras amigas e os verdadeiros amigos dessa pessoa que nos deixa imensa saudade saíram desse tal café, de que você e as outas doutoras tanto gostam.
Porque há quem preze muito a amizade e os outros que apenas gostam de momentos.

6:53 da tarde  
Blogger frosado said...

Ó "tenha respeito", você fala do que não sabe porque, ao contrário do que diz, eu prestei uma homenagem à pessoa que refere, pode lê-la, se quiser, em:

http://bordadodemurmurios.blogspot.com/2006/04/ontem-viste-me-de-castanho-escuro.html

10:52 da tarde  

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