Para a Fátima (em tempo de dedicatórias).
Quero Uma Vida em Forma de Espinha
Numa travessa azul
Quero uma vida em forma objecto
Ao fundo de um sítio sozinho
Quero uma vida em forma de areia nas mãos
Em forma de pão verde ou de bilha
Em forma de chanate mole
Em forma de chá-chá-chá
De limpa-chaminés ou lilás
De terra cheia de seixos
De penteado selvagem ou louca plumagem
Quero uma vida em forma de ti
E tenho-a, mas isto não me basta
Nunca estou satisfeito.
(Boris Vian, in: Cantilenas em Geleia)
PS: Obrigada Maracujá! Eu assim, com tantos presentes, fico muito mimada!
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