quinta-feira, janeiro 05, 2006

Carlos Drummond de Andrade

Ainda que mal
Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entenda,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda assim te pergunto
e me queimando em teu seio,
me salvo e me dano: amor.

Carlos Drummond de Andrade

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É certo que tive,
ao amar-te,
alegrias surprendentes,
mas custam-me agora
os maiores tormentos.

(Sóror Mariana Alcoforado)

11:39 da tarde  
Blogger Caiê said...

Medo do amor? Ó Bitta, isso é medo de viver!

3:10 da manhã  
Blogger frosado said...

Concordo de certo modo com a Caiê: defender-se de mais, é passar ao lado da vida. Além disso, não vale a pena fugir ao amor, porque ele, inevitavelmente vem, um dia...
Mas compreendo a Bita, só que nunca consegui ler um livro do paulo coelho, juro que já tentei,até porque é muito lido, mas não consegui. Não digo isto por snobismo, mas aquele tipo de literatura não me atrai minimamente.

10:16 da manhã  
Blogger Abibir said...

Que medo dá o PC!E que saudosista está a Mitó. Apesar de muito pouco sedutora a personagem vou pela poesia da mhc

2:19 da tarde  

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