terça-feira, agosto 29, 2006

ALZHEIMER - o Júlio Machado Vaz

que tem uma Mãe com ALZHEIMER diz esta frase notável: "já tive medo da morte, agora tenho medo de sobreviver a mim mesmo!"

Eu partilho esse receio!

6 Comments:

Blogger Caiê said...

Chamou-me a atenção o título do post, porque, durante muitos anos, convivi com esta doença de perto. Há poucas coisas tão tristes como ver alguém de quem gostamos muito a definhar, primeiro psicológica e depois fisicamente. Parece um regresso ao útero, mas doloroso sob todos os aspectos. Aliás, muito se fala do sofrimento que isso traz à família, mas o sofrimento do doente é que deve ser (imagino, pelo que não posso dizer É!) incomparável, sobretudo quando perde a capacidade de falar e deixa de conseguir exprimir o que quer que seja, nem por gestos nem por voz. É um morto-vivo que amamos. Já sei que aparece agora alguém a dizer "mas o doente não tem memória nem reconhece, quando chega a certa fase", mas isso é o que NUNCA se chega a saber com exactidão - nem o neurologista sabe, porque o cérebro é um mistério para a ciência, ainda... e será; nem nós sabemos, porque ele não se exprime e o olhar não é claro, é cheio de equívocos. Eu espero que alguém tenha a misericórdia de me dar uma grande injecção de morfina, por acidente, quando chegar a minha vez, porque eu nunca tive coragem de o fazer.

9:35 da tarde  
Blogger Lu said...

Rosa, saudade de ti e daqui... sobreviver a si mesmo é sobrepujar todos os males.
Diga isso ao teu amigo.
Um beijo

10:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Fátima
Penso que na tua útima frase há 1 ou 2 gralhas na escrita. Será que quererias dizer " Eu partilho desse receio" ou "Eu o partilho nesse receio"?... Enfim, um "n" por "l"...

Quanto à "frase notável" do teu amigo - ..."agora tenho medo de sobreviver a mim mesmo" - não a consigo entender no contexto da referida doença. Entendo, se aplicada a muitas outras situações.

Acho a opinião de "lu" muito interessante.

Um beijo e benvinda ao Continente!

1:55 da manhã  
Blogger frosado said...

Quanto às gralhas tens razão, já corrigi...:(. Em relação à frase, eu entendo que "sobreviver a si mesmo", é sobreviver doutra forma, parecendo outra pessoa, porque quando ele diz que a Mãe não o reconhece, acho, (acho) que ele entende que a Mãe não é, já, desta forma, a Mãe dele! Eu, pelo menos entendo assim, e mais uma vez, concordo com ele!

8:22 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Por qualquer razão que reside oculta no meu pensamento, a frase de JMVaz, fez-me lembrar o livro de José Saramago - "As intermitências da morte".
E, desse livro, um pequeno excerto do texto:
“Não entendo nada, falar consigo é o mesmo que ter caído num labirinto sem portas, Ora aí está uma excelente definição da vida, Você não é a vida, Sou muito menos complicada que ela".
(Mitó:a pontuação é a do Saramago)

9:36 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É curioso como a interpretação de frases, quadros ou fotografias pode ser tão diversificada com a influência de experiências, simpatias ou antipatias, conhecimentos científicos ou emocionais...

Não vejo que "sobreviver de outra forma" seja significado de "sobreviver a si mesmo". Contudo, congratulo-te pela ideia...

9:24 da tarde  

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