segunda-feira, julho 09, 2007

O Livro do Carlos Tomé

Só agora li o livro. Devo dizer que o li duma assentada e com um prazer sempre crescente. Não podia ser de outra forma, para quem, como eu, teve três irmãos e todos os primos na tropa, no tempo da guerra colonial. Felizmente nenhum morreu, mas alguns vieram estropiados e outros ainda hoje sofrem de stress pós traumático e a receber tratamento psiquiátrico. Sim, gostei muito do livro do nosso amigo Tomé. Está lá tudo o que eu sabia e muito daquilo que, em guerra, nesta guerra, se adivinhava. Estão lá os receios e terrores, que se viveram nesses tempos negros, que em nome da paz entre os povos, devemos recordar, mas também, a ternura, o amor, a solidão e o luto, dos que foram e dos que ficaram. E depois, tem aquela coisa bem comovente, da maneira de ser português e de se preocupar com as populações desprotegidas.
Talvez porque, ainda, muitos de nós estejamos em carne viva, tem-se escrito muito pouco sobre a guerra colonial, por isso é que este romance dá uma contributo notável para um melhor conhecimento desta problemática. Parabéns Tomé, sem favor nenhum!

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Obrigado, querida amiga, pelas tuas palavras. Tornam menos densa a dúvida, que julgo assaltar todos os autores, sobre a qualidade da sua própria obra.
E como seria bom este meu trabalho contribuir para, como dizes, quebrar o silêncio à volta dos 800 mil portugueses que se viram, em África, de armas nas mãos...
Isso me bastar-me-á. Como escritor e como ex-combatente.

11:53 da tarde  

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