Orion, a minha constelação favorita

Gosto de constelações. Fascinam-me. Não sei porquê, mas se calhar é porque me dá tranquilidade olhar o céu e vê-las ali, inexoravelmente, no mesmo sítio de sempre, mesmo que tudo se desmorone à minha volta. Observo-as sempre que posso. Claro que só conheço as mais vulgares: Orion, Cassiopeia, Ursa Maior, Ursa Menor, bem, conheço também o Cruzeiro do Sul, que só se observa do hemisfério Sul. Talvez pareça ridículo, mas quando cheguei ao Brasil, foi uma das minhas preocupações, procurar o Cruzeiro do Sul. É maravilhosa, mas a minha favorita é mesmo a Orion. Para identificá-la devemos localizar 3 estrelas próximas entre si e com o mesmo brilho. São as Três Marias e formam o cinturão do caçador, que segundo a lenda, configura a constelação Órion. Elas estão envolvidas por um trapézio formado por quatro estrelas de primeira magnitude.
As lendas que lhe estão associadas também são muitas. Na mitologia grega, Órion era então um gigante caçador, filho de Neptuno e favorito de Diana, a deusa da caça, com quem quase se casou. Apolo, irmão de Diana, por sua vez, não gostava da aproximação entre os dois, censurando a irmã várias vezes mas sem grandes resultados. Certo dia Apolo descobriu a maneira de se ver livre dos seus aborrecimentos: viu que Órion andava a vaguear em pleno mar apenas com a cabeça de fora. Então foi ter com Diana, que era exímia caçadora, e desafiou-a a acertar no alvo que se movia ao longe. Impecável na sua pontaria, ela atingiu em cheio o seu amado, cujo corpo já moribundo foi conduzido à praia pelas ondas do mar. Quando descobriu a fatalidade que cometera, Diana, lavada em lágrimas, colocou Órion entre as estrelas: o gigante trajado com um cinto, uma pele de leão, armado de uma espada e de sua clava, acompanhado por Sírius, seu cão e com as Plêiades fugindo do caçador.