quinta-feira, setembro 10, 2009

Eu gosto do Baptista Bastos e das crónicas dele...

(......)Como devem calcular, sei muito bem do que falo. E o nojo que me invade, nestas situações, não esmorece com a idade. Pelo contrário: sou um casmurro que bate o pé. É sabido que não trago o retrato de Sócrates junto do coração. Tenho-me servido do sarrafo, escandalizado com as suas políticas crudelíssimas, tristes e insensíveis que deram cabo de algumas esperanças acalentadas. A lista das minhas indignações é grande. Mas nunca senti "asfixia democrática"; nunca houve recoveiros a sussurrarem--me recados ou ameaças. Ao contrário do que me aconteceu no tempo do dr. Cavaco: fui proibido de escrever "artigos políticos" por uma parelha de medíocres que trepara à direcção do Diário Popular, jornal fundado pelo meu pai, no qual eu começara a escrever, com catorze anos, e onde trabalhei durante vinte e três.

A mesa autoritária conheço-a de cor. Quando a dr.ª Manuela Ferreira Leite, onzenada pelo seu Rasputine ex-maoísta, procede à elaboração da realidade como evidência, preocupo-me com essa fumigação perigosa, que pode enganar e submeter os que são propensos ao engano e à submissão. Vivemos numa época em que o que se diz ser é o que conta. Mas precisamos de enfrentar esse ardil e resistir à falácia. Empreender um esforço de compreensão, a fim de percebermos o que é importante para a comunidade, entendida esta como "mundo comum."

Quando se diz que na Madeira não há "asfixia democrática" , está em jogo algo de mais relevante do que uma frase suplementar.


Os sublinhados são meus...

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3 Comments:

Blogger ΚΩΣΤΑΣ ΠΑΠΑΣΙΩΖΟΣ said...

nice

7:39 da tarde  
Blogger Rui Coutinho said...

É f... viver num país sem memória!

10:50 da manhã  
Anonymous mitó said...

Pois é, Maracujá... não há inibidor da acetilcolina esterase ou neuroprotector que nos valha!

Uma interessante análise de BB.

1:41 da tarde  

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