terça-feira, abril 26, 2005

Las Meninas


"Las Meninas" (1656)
Museu do Prado/Madrid
AUTOR: Velasquez
Inicialmente chamada "A Famí­lia de Filipe IV", é desde 1834 conhecida como "Las Meninas", vocábulo de origem portuguesa, que designava as acompanhantes das Infantas. Pintura controversa, objecto de culto e estudos vários, recriada por pintores tais como Picasso (1957), Witkin (1982), Salteiro (2004). Foucault dedicou-lhe um ensaio de referência (As Palavras e as Coisas). Foi chamada Teologia da Pintura (Lucas Jordan, séc. XVII). É uma das obras mais fascinantes da Arte Ocidental. Representa a chegada da Infanta Margarida, acompanhada por aias, perro e outros visitantes, A presença dos reis Filipe IV e Mariana. A princesa, de aparência frágil, é claramente a figura central, parecendo fixada em algo externo ao quadro, negligenciando a oferta da aia ajoelhada. No lado esquerdo do quadro, vê-se a parte detrás duma tela e Velásquez empunhando os seus instrumentos de trabalho, olhando o modelo, como se nos olhasse, numa atitude de reciprocidade entre pintor e espectador. Assim, somos ao mesmo tempo, acolhidos e expulsos, substituí­dos por algo que lá estava antes de nós: o próprio modelo, (os reis, foco real da pintura), que numa jogada ardilosa do autor, é inserido/revelado, num reflexo ao fundo da sala, através dum espelho, que não pode existir como reflexo do espaço real (Foucault).
A luz que ilumina a pintura percorre a sala da direita para a esquerda, levando o olhar na direcção do pintor e o modelo na direcção da tela. Esta luz, ao iluminar o pintor torna-o visível ao espectador. Ao fundo da sala, ao lado direito do espelho, junto a uma porta aberta, nota-se a figura do aposentador, que, parado por instantes, parece observar a cena.
Segundo Gombrich, Velásquez fixou um momento real de tempo, muito antes da invenção da máquina fotográfica.
(Las Meninas em 1496 caracteres, tal como foi publicado no Suplemento de Cultura, do "Açoriano Oriental"

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá Fátima. Nunca tinha visto esta pintura, mas a tua descrição transportou-me para o museu mais a minha dandinha. Parabéns pelo artigo,
Um beijo com amizade do primo Carlos Melo

9:03 da tarde  
Blogger frosado said...

Carlinhos e Dandinha, que simpático da vossa parte! Obrigada, não imaginam como me fazem feliz por comunicarem comigo! Um beijinho grande para todos, tenho saudades de vocês! Já sei que vêm mais netos a caminho...

9:20 da tarde  
Blogger Viuva Negra said...

Bem eu vinha comentar o quadro , mas será que interrmpo alguma conversa !?!? já agora parabens aos avós ...
O quadro é sem dúvida fantastico

10:58 da tarde  
Blogger Mariana Matos said...

Fátima, o Açoriano Oriental, já vai a caminho! Bjs.

2:10 da manhã  
Blogger frosado said...

Nada de exageros Rui, mas podes "plagiar" à vontade. Eu li muita coisa sobre o assunto, porque é um quadro que me fascina!

8:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

“As Meninas” de Velásquez continua a seduzir porque a problemática da representação e do real/realidade ainda não se esgotou. Pelo contrário, as novas tecnologias alimentam o debate. Mas vale também a pena ir até Barcelona ver “as meninas” do Picasso, um caminho que vai levar ao cubismo. A propósito, as “meninas” são, aqui, prostitutas.

12:26 da tarde  
Blogger belém said...

Que lindo!

Eu gosto muito desse quadro, tenho uma história de amor com ele: da primeira vez que o vi, fiquei plantada mais de meia hora, em silêncio... E posso olhar para ele vezes sem conta, a magia repete-se. O amor à primeira vista existe, pois, e pode ser eterno. (eterno enquanto dura o apaixonado)

1:15 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Da Silva Velázquez, hijo de un portugués.......

1:07 da tarde  

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