quarta-feira, novembro 30, 2005

Setenta anos após a sua morte...




















Falas de civilização...
Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as coisas humanas postas desta maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer fazer felicidade!
Alberto Caeiro

1 Comments:

Blogger Vítor Leal Barros said...

este poema é de uma lucidez... talvez a máquina da felicidade seja inventada quando em vez de querermos mudar os outros saibamos compreender e aceitar porque é que os outros são assim...

não sabia que fazia aniversário da morte do pessoa...obrigado por me lembrar

um beijo

2:56 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home