Fados, de Carlos Saura
Confesso que durante muitos anos, não dei muito para o fado. Mas agora, depois de ouvir tanta polémica fui ver o filme de Carlos Saura, Fados. Pronto, confesso que gostei muito, muito, mas gostei sobretudo de ouvir a minha língua (a minha Pátria é a minha língua, diz Pessoa), derramada em sonoridades tão diferentes. tal como diz este Sr.:
Fados começa em África (com o Grupo Kola San Jan e o Transparente de Mariza, mais tarde numa morna de Lura). Escuta logo depois o Brasil, e assim se assinalam teses que identificam nas latitudes mais quentes a possível génese desta canção. Fados é, essencialmente, um conjunto de visões muito pessoais, permitindo-se Carlos Saura a experimentar diálogos com o flamenco (com Mariza em dueto com Miguel Poveda), com a pop e a world music (Lila Downs), com o hip hop (SP & Wilson e NBC). Todavia, também a tradição marca presença. Argentina Santos representa-a. Carlos do Carmo e Camané traduzem depois duas outras gerações distintas, ambas determinantes. E na cena final, numa Casa de Fados (com, entre outros, Vicente da Câmara, Ana Sofia Varela ou Pedro Moutinho), encena-se outra marca de referência do ambiente fadista.
Foi comovente. Acho que estou mesmo a ficar velha! Paciência, mas ainda estou viva!Que bom!
Etiquetas: gostaria muito de ter esta banda sonora, Joca
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home