sábado, fevereiro 02, 2008

Antígona, representada na Barraca (com Zeca Medeiros)

Tragédia escrita por Sófocles (441 a.c.)
Segundo o Mito, Antígona, é filha de Édipo e Jocasta. Deste casamento incestuoso (filho/mãe) nasceram mais três filhos, Ismena, Eteoclés e Policices. Quando Édipo descobriu que a profecia de Tirésias, de que mataria o pai e casaria com a mãe se cumprira, auto-mutila-se, cegando-se. Depois disto é abandonado pelos seus filhos homens, que também o expulsam da cidade, obrigando-o a levar uma vida de cego errante. Só as filhas lhe permanecem fiéis. Antígona serve-lhe de guia e acompanha-o até à morte, em Colono. Ao regressar a Tebas nova desgraça a espera- os irmãos guerreiam-se pela posse do trono e acabam por morrer. O trono é agora ocupado pelo irmão de Jocasta, Creonte, que colocando-se ao lado de um dos sobrinhos, Eteoclés, decreta que este tem direito a ritos funerais e Polinices, considerado inimigo de Tebas , não poderá sequer ser sepultado. Antígona rebela-se contra o édito promulgado pelo rei e defende que o dever de enterrar os mortos, é uma lei absoluta, vinda dos deuses, mais forte que qualquer lei feita pelos homens e manda celebrar ritos funerários, embora modestos, em honra de Polinices. Creonte é informado do desrespeito do édito e de que a sua autoridade fora colocado à prova por Antígona. Não aceita a desobediência e ordena que lhe seja dado um castigo exemplar: é condenada a ser encarcerada viva nas catacumbas dos seus antepassados. Ismênia tenta defender a irmã e oferece-se para morrer no lugar dela. Antígona não aceita, e suicida-se. Hêmon, seu noivo e filho de Creonte, ao saber da morte dela, suicida-se junto do cadáver. Eurídice, esposa de Creonte, desesperada, perante a perda do filho, suicida-se também.
É este enredo que serve de inspiração a Sófocles para uma das mais belas tragédias de todos os tempos. Antígona, representa o valor da lei, mas da lei eterna e imutável, vinda dos deuses, mas também o valor da piedade para com os mortos e para com o acompanhamento familiar dos mais velhos e dos doentes.
Tenho muitas e boas razões para ir ver esta peça: gosto de teatro, gosto especialmente desta tragédia, gosto do elenco dos actores e não posso perder a oportunidade de ver o Zeca Medeiros a fazer de Creonte e por fim (uma razão sentimental), Maria Helena da Rocha Pereira, foi minha Professora em História da Cultura Clássica e foi a primeira cadeira que fiz na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Lá estarei, um dia qualquer do próximo fim de semana.

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