É por ela escrever assim, que eu gosto dela e não por ser Mulher
Nota: Este texto vai de verde, não por causa do Sporting, mas por ser de esperança. Sim, esperança de mudança de mentalidades, ah! e já agora dedicado a um dos meus comentadores mais fieis...
Etiquetas: mas por ser justa
2 Comments:
Concordo com a quebra dos estereotipos....no pais mais racista do mundo um filho de uma hawaina e de um queniano tem hipoteses de ser o primeiro presidente negro da ainda ( e por pouco tempo) maior potência mundial. Caso a hillary ( pela qual nutria uma maior simpatia) ganhasse a nomeação também quebraria com os esterotipos e seria a primeira mulher a candidatar-se ao lugar mais elevado da "democracia" norte-americana. ( ainda ninguem me tira da cabeça que os republicanos tiveram maozinha na derrota da senhora clinton que daria um adversario mais poderoso...afinal estamos a falar de um pais super racista)...mas voltando ao nosso rectangulo...e verdade que uma mulher chegou a presidencia do maior partido da oposição, mas o facto de um estreotipo ser quebrado relativamente ao sexo nao implica competencia...vejo por exemplo que no caso da senhora clinton que a competencia e a pose estao la...no caso da senhora MFL, não encontro esses atributos, antes pelo contrario!
Pois minha cara SENHORA admnistradora, à uns tempos atras disse que as mentalidades estao a mudar, mais rapidamente nos outros paises e mais paulatinamente no nosso....releia os meus comentarios quando disse que de facto julgo caminharmos para uma sociedade matriarcal...as contas nao sao dificeis de fazer...e aí reside a questao ( se cá estivermos ainda para ver e discutir) onde se vai depois encontrar o equilibrio entre homens e mulheres...ou será que não devemos quebrar os esteriotipos e depois rumar no sentido que os mais competentes devem ter o poder independentemente do seu sexo....
Se possivel gostava que publicasse isto no seu blog...atentamente
PORTUGAL FEZ TUDO ERRADO....
MAS CORREU TUDO BEM !
2008-04-21 10:59:52 LISBÔA -PORTUGAL Joao César das Neves
João César das Neves - Economista
PORTUGAL FEZ TUDO ERRADO, MAS CORREU TUDO BEM.
Esta é a conclusão de um relatório internacional recente sobre o desenvolvimento
português.
Havia até agora no mundo países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em vias de
desenvolvimento. Mas acabou de ser criada uma nova categoria: os países que não
deveriam ser desenvolvidos. Trata-se de regiões que fizeram tudo o que podiam
para estragar o seu processo de desenvolvimento e... falharam.
Hoje são países industrializados e modernos, mas por engano. Segundo a fundação
europeia que criou esta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso,
este grupo de países especiais é muito pequeno. Alias, tem mesmo um só
elemento: Portugal.
A Fundação Richard Zwentzerg (FRZ), iniciou há uns meses um grande trabalho
sobre a estratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global da
segunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razões
que motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente,
pensava centrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dos
investigadores, os mais altos índices de aselhice económica foram detectados em
Portugal, um dos países que tinha também uma das mais elevadas dinâmicas de
progresso.
Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seus
resultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: "O País Que Não
Devia Ser Desenvolvido"
O Sucesso Inesperado dos Incríveis Erros Económicos Portugueses.
Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia
portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase
nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de
4,5 por cento durante os longos 50 anos. Esse crescimento aproximou-nos
decisivamente do nível dos países ricos. Em 1950, o produto de Portugal tinha
uma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas.
Hoje ultrapassa o dobro desse nível, estando acima dos 70 por cento, apesar do
forte crescimento que essas economias também registaram no período. Na
generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foi
também notável.
Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantil
caiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa de
analfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento.
Actualmente a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos no
mesmo período. O relatório refere que esta evolução é uma das mais
impressionantes, sustentadas e sólidas do século XX. Ela só foi ultrapassada
por um punhado de países que, para mais, estão agora alguns deles em graves
dificuldades no Extremo Oriente. Portugal, pelo contrário, é membro activo e
empenhado da União Europeia, com grande estabilidade democrática e solidez
institucional. Segundo a FRZ, o nosso país tem um dos processos de
desenvolvimento mais bem sucedidos no mundo actual.
Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser ao
contrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas e
orientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O
nosso país não pode ser desenvolvido. Quais são os factores que, segundo os
especialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável? Um dos mais
importantes é, sem dúvida, a educação.
Ora Portugal tem, segundo o relatório, um sistema educativo horrível e que tem
piorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quando
comparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveis
de conhecimentos semelhantes às de países miseráveis. Há falta gritante de
quadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não pode
ter tido o desenvolvimento que teve. Um outro elemento muito referido nas
análises é a liberdade económica e a estabilidade institucional. Portugal tem,
tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor e
instável do mundo, segundo a FRZ. Desde o "condicionamento industrial"
salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresas
portuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação,
burocracia e clientelismo. O sistema fiscal português é injusto, paralisante e
está em crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária,
omnipresente e bloqueante.
É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, o
crescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde o
início. O estudo da Fundação continua o rol de aselhices, deficiências e
incapacidades da nossa economia. Da falta de sentido de mercado dos empresários
e gestores à reduzida integração externa das empresas; da paralisia do sistema
judicial à inoperância financeira; do sistema arcaico de distribuição à
ausência de investigação em tecnologias. Em todos estes casos, e em muitos
outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma:
Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento.
Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade.
Citando as próprias palavras do texto:
"Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal
nível de desenvolvimento?"
A resposta, simples, é que ninguém sabe.
Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por mau
caminho. E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce mais
um bocadinho. A única explicação adiantada pelo texto, mas que não é
satisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e
"desenrascanço" do povo português. No meio de condições que, para qualquer
outra sociedade, criariam o desastre, os portugueses conseguem desembrulhar-se
de forma incrível e inexplicável.
O texto termina dizendo: "O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa?".
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