quinta-feira, novembro 13, 2008

Obamar - eu Obamo, tu Obamas ele Obama

Eis que, de repente, os povos do mundo inteiro (excepto, talvez, o do Paquistão) aprenderam e passaram a usar , um verbo novo: Obamar - eu Obamo, tu Obamas ele Obama, assim mesmo, no Presente do Indicativo. Obama, com a sua bem colocada "voz de Jazz", como agora se diz, tornou-se no objecto de todos as esperanças e no destino de todos os Hossanas. Seria natural e espectável que essas esperanças e loas, viessem fundamentalmente do conjunto das minorias que o elegeram: os afro-americanos, os hispânico, os jovens, etc., mas não, vêm de todo o lado, mesmo do lado daqueles que duvidavam que o Senador Obama, dada a cor da sua pele, algum dia, podesse vir a ser eleito Presidente dos Estados Unidos, nomeadamente do director da Ku Klux Klan que declarou, após a eleição, que Obama "é só metade negro." Mas, agora que foi eleito (ó momento de epifania!), há que lhe elencar as tarefas que tem que resolver. Assim, sobre as suas costas, assentam trabalhos ciclópicos, mais árduos do que os doze trabalhos de Hércules, tais como, acabar com a guerra do Iraque, resolver os problemas do Afeganistão, acabar com o terrorismo Internacional, com a prisão de Guantánamo, sanear a economia Americana e consequentemente a do mundo (?), implementar regras de regulação financeira, normalizar o sector imobiliário, resolver os problemas da saúde pública (escandaloso) dos Estados Unidos, da pobreza, das relações raciais, e da crise na educação, isto sem falar da assinatura do tratado de Quioto e até do bloqueio económico a Cuba, etc, etc. Estes são "apenas" alguns dos trabalhos que lhe são atribuídos, e, da resolução deles, ou não, depende a continuação da conjugação do verbo Obamar. Por isso, pergunto eu, ainda Obamarei, tu Obamarás, ele Obamará, daqui a três ou quatro anos? Espero que sim, e mais, espero que um dia, quando este verbo se conjugar no pretérito perfeito, todos possam estar tranquilos quando afirmarem: eu Obamei…
Publicado também aqui, no sítio do costume
Cartoon roubado daqui

Etiquetas:

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E Obama?

José respondeu: "Mas há uma coisa de que devemos defender-nos, o messianismo." Saramago, à entrevista de M.L.Nunes, publicada no último JL.
Anteriormente, na mesma entrevista, o nobel disse que aboliria do dicionário a palavra esperança.
Força!

6:46 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home