"DOM QUIJOTE" de Miguel de Cervantes (1547/1616)
Dom Quixote, pelo grande pintor Paulista, Portinari (1912/1962)
Decorrem as comemorações dos quatrocentos anos da publicação do livro "Dom Quixote",
impõe-se falar dele. Começa assim:
"Num lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me, não há muito tempo vivia um fidalgo dos de lança no seu lanceiro, adarga antiga, cavalo fraco e galgo de corridas"...
"O meu Quixote: Ele nunca existiu - mas, de cada vez que levitamos em grupo numa gargalhada ou inundamos a noite com as lágrimas de uma ausência, de cada vez que nos entregamos ao fascínio ou à fúria, é a sua centelha que nos ilumina. A narrativa das suas desvairadas aventuras, que cumpre agora quatrocentos anos, está-nos inscrita no código genético; nada que possamos experimentar, nenhum êxtase, frustação alguma, ultrapassam a sua vanguardista experiência da vertigem. Ele, que nunca existiu, tem uma estátua no largo da sua terra, El Toboso, em Espanha, uma terra recriada a partir da literatura. Mesmo os que nunca passaram pelo deslumbramento do seu livro, o livro de D. Quixote de la Mancha, trazem-no dentro da pele - ainda que nem sequer saibam quem ele é. Porque ele não é só nem principalmente o louco cavaleiro que tomava moinhos de vento por gigantes - embora todos sejamos, num momento ou noutro das nossas vidas, esse cavaleiro alucinado. Ele é, absolutamente, o ser humano total - valente e cobarde, apaixonado e insensível, mudo e palavroso, sonhador e pragmático....Sancho e Quixote não são os dois lados do humano, porque o humano é pluridimensional e imprevisível - são, isso sim, os vértices da mais bela história da Amizade jamais escrita. O Quixote é também isso, uma história de diálogo, cumplicidades, involuntárias traições, inexplicáveis lealdades.
Escolhemos Inês Pedrosa, porque nos revemos no que ela diz, sobre o livro:
Revista UNICA/ 5 de Março 2005 Expresso
Se quiser conhecer "praticamente tudo" sobre este livro e sobre este autor, aconselho uma visita à nossa fonte priviligiada Leitura Partilhada, verá que não se arrepende.
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