terça-feira, junho 27, 2006

Saudades de Atenas - Estela

Estelas seram monumentos funerários gregos, que pretendiam demonstrar luto e perpetuar a memória dos entes queridos que partiram. O luto é uma etapa necessária de qualquer perda: há que fazê-lo, ultrapassar a dor e integrar a perda, como um facto natural, nas nossas vidas.
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3 Comments:

Blogger Margarida said...

Blog muito bonito. Vou adicioná-lo aos meus favoritos e visitá-lo sempre que puder. Parabéns

6:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se bem entendi o(a) "alvo" do post aí vai um poema com grande conteúdo farmacológico à mistura com umas "mezinhas".
Solidárias com o sofrimento mas acima de tudo para "alegrar" o luto (será possível dizer alegrar?).
Bem, ficamos por suavizar...


Você é o diazepan, me traz a calma.
Quando estou triste, faz-se imipramina,
antidepressivo que a dor espalma.
Haldol, se a louca paranóia chega e alucina.

Na tosse- pretexto ao silêncio- minha codeína sedante.
Ardendo em febre, ingiro o tylenol moderador,
transformando o exagêro do corpo escaldante
em um suave aconchego; de minha pele quente seu explendor.

Nos fastios de amor sorvo boa dose de cobalamina
a estimular o instinto enfraquecido.
Resfriado, anósmico, são as gotas de privina
que resgata um cheiro de canela conhecido.

Vindo a insânia da insônia roubar minhas energias;
duas colheres das de sopa com polivitamina são suficientes
na transmutação de "velhas posições" -estrategias...
Para trazer um sono cansado de sonhos indecentes.

O mundo gira, tudo em nós é hábito, é vício.
Ketamina no vinho, música no ar, ritual da taça.
Mistura com atropina envenena, provoca artifícios:
Taquicardiza, ruboriza, o tempo urge...a vida passa.
O cabelo embranquece nossa sensualidade.
Oxygen para travar a canescência.
Nootropil para não obstruir o desejo e a maldade
infiltrada na teratologia de nossa concuspicência.

Já nos preocupa o exagero, a despesa na farmácia.
Ficou onerosa a manutenção do desempenho:
Chá de alho, catuaba, placebo...tudo falácia!
Iatrogenia a resgatar forças que já não tenho!

Aguardo sempre um antibiótico de você, mas quando vencido.

Acaso a taquifilaxia permita a impotência da rotina,
não exagere a posologia do viagra conhecido.
Não deixe a frustração convulsionar-me em sua estricnina...


Amaury da Silva Rego, Rio de Janeiro, Brasil

12:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Poema com muita graça!
Na mesma linha do texto "posted" proponho um "r" no meio da palavra para mudar completamente o sentido...

3:13 da tarde  

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