domingo, setembro 24, 2006

Alberto Caeiro - Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois


Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.


Eu não tinha que ter esperanças - tinha só que ter rodas...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.

Alberto Caeiro (in o Guardador de Rebanhos) Posted by Picasa

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Uma poética com "história" (da vida, do hospital - tanto faz) onde ressaltam 2 episódios.

Preferências:
"A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco..."

Inferências:
" E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco."

Não é?

11:23 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home