Alberto Caeiro - Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.
Eu não tinha que ter esperanças - tinha só que ter rodas...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.
Alberto Caeiro (in o Guardador de Rebanhos)
1 Comments:
Uma poética com "história" (da vida, do hospital - tanto faz) onde ressaltam 2 episódios.
Preferências:
"A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco..."
Inferências:
" E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco."
Não é?
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