domingo, abril 25, 2010
O meu 25 de Abril deste ano
Por causa da nuvem de fumo provocada pelo vulcão da Islândia, estou retida, há cerca duma semana, em Macau. Aqui, há um café chamado "Caravela", perto da Escola Portuguesa (EPM), onde os Portugueses vão muito, fala-se Português e a comida ou é Portuguesa ou aportuguesada. É normal ouvir-se pedir, bicas, finos, galões, rissõis, tostas mistas, pastéis de natas, etc. Desde que estamos aqui, vamos lá todos os dias, beber ou comer qualquer coisa, encontrar amigos ou, pelo menos, ouvir falar Português. Ontem dia 23 de Abril estava eu sentada a ler um livro e a beber uma bica, quando chegou uma mulher loira, nova, giríssima, com um garoto de uns sete anos pela mão, sentaram-se na mesa ao lado da minha, falando Russo um com o outro, mas, entretanto, pediram tostas mistas, uma meia de leite e um compal. O garoto tinha o uniforme da EPL e enquanto esperavam pelas tostas iam conversando, o garoto rabiscava um papel com com um lápis de cor fazendo um desenho indefinido. Nessa altura, eu, cusca, já tinha reparado que, ela, a loira, usava uns maravilhosos sapatos pretos de camurca (não há c cedilhado aqui) com uns saltos de verniz vermelho de 9,5cm. Sim, confesso, às vezes tenho inveja das mulheres que conseguem empoleirar-se em cima duns sapatos deste calibre, pronto. Ainda eu não me tinha refeito da inveja dos sapatos, quando, de repente, o garoto, distraidamente, enquanto rabiscava o seu papel comeca a cantar numa toada alentejana, "dentro de ti ó cidade...", eu nem queria acreditar no que ouvia, o meu coracão disparou e agora sim, prestei atencão ao garoto. Ele lá continuava, "...o povo é quem mais ordena..." e retomava o tom, como quem ensaia, "dentro de ti ó cidade...", ouvi deliciada e comovida aquela crianca (depois acabei por saber) filho de Mãe Russa e Pai Português) a cantar a Grândola e não consegui resistir, assim, quando ele ia a cantar , ..." à sombra duma azinheira..." eu cantei com ele, "que já não sabia a idade..." Ele olhou para mim surpreendido e parou de cantar envergonhado, durante uns segundos, a mãe riu-se, cúmplice e o rapazinho passado um pouco continuou "dentro de ti ó cidade...".
Sinceramente, comovo-me sempre que ouco a Grândola, mas desta vez, acho que foi diferente. As malhas surprendentes que o Império teceu... Num rincão distante da China, uma crianca Luso/Russa cantava a ''Gândola Vila Morena''...
Sinceramente, comovo-me sempre que ouco a Grândola, mas desta vez, acho que foi diferente. As malhas surprendentes que o Império teceu... Num rincão distante da China, uma crianca Luso/Russa cantava a ''Gândola Vila Morena''...
Etiquetas: 25 de Abril sempre
quinta-feira, abril 22, 2010
"O Amante", Duras
Foi por causa deste livro e sobretudo por causa deste filme, que eu um dia sonhei ir ao Delta do Mekong. O rio conserva o mesmo tom pardacento das águas, espraindo-se calmamamente por múltiplos canais. Aconselho vivamente o livro, o filme (o Tony Leung, continua giro e a despertar paixões, por aqui) e, já agora, o passeio no Delta do Mekong.
Foto- Luis Monte
Etiquetas: sonhos
terça-feira, abril 20, 2010
domingo, abril 18, 2010
Era uma vez uma nuvem...
que, pelos vistos, não é passageira. Bem, mas pelo sim e pelo não, e como estou como o búfalo, já comprei um pijama de Inverno e vou comecar a aprender uma língua estrangeira, muito difícil!
Olhem estou mais ou menos como este
Olhem estou mais ou menos como este
Foto- Luis Monte
Etiquetas: a nuvem...
sexta-feira, abril 02, 2010
Ferreira Fernandes
É por estas e por outras que eu o leio em qualquer latitude...
Será que é desta?
Será que é desta?
Etiquetas: caso dos submarinos